quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

ANO DE 2010, OU OUTRO...


ANO DE 2010, OU OUTRO...



Embriaga-te no bálsamo das belas palavras
Anestesia-te nas contradições
Esconde-te nos poemas de amor
Insurge-te contra as paredes que criaste
Dissolve-te nas encruzilhadas da vida
Masturba-te nas serenatas à Lua
Canta o Hino Nacional
Provoca as Ordens Menores
Arrebata os corações das fêmeas
Enlouquece nos dramas de alcova
Blasfema o Deus que te criou
Rejubila nos actos mundanos


O culpado de todo o mal-estar é
El-Rei D. Sebastião


Poesiadeneno31/12/09

ANO NOVO, VIDA NOVA?


ANO NOVO, VIDA NOVA?



À deriva,
vou sacudindo as ondas alterosas
que mal amanhadas
me varrem da cabeça aos pés.
Arrepanhado,
e de cabelo a esvoaçar
num país de carrosséis e palhaços
vou sacudindo as moscas e os percevejos
para matar o tempo.
Farto,
de impostores e de sábios
no esgrimir de argumentos
que convencem ventos e cavam fossos
de demagogia e iliteracia bolorenta.
Vomito faculdades envoltas na escuridão
que revelam um amanhecer sombrio
para os presentes
e acanham o futuro
dos parcos descendentes.
Vamos nesta noite de fim de ano
esquecer as mágoas no álcool
para esquecer a cobardia
das criticas lacrimosas
e choradinhos dos utentes
da noite,que já foi.
Não ouço vozes nem gritos!


Poesiadeneno

Diálogos-VII- DO AMOR



DO AMOR


- Se o amor não é eterno, então, nada é eterno.
Um problema metafísico sem solução,
mas que permite exaustivas especulações.
- Sim, meu amor.
É mais isso do que outra coisa.
- Acabaste de me chamar - amor.
-O amor que materializo em ti.
- Compreendo.
É como abraçar-te fortemente -,beijar
a tua pele dourada, enroscar-me em teu corpo,
e beber nas palavras, a dádiva divina da união.
Vezes sem conta até baralharmos a eternidade.
- Olha, que bonita expressão!
- Conheço-te melhor que ontem, e menos que amanhã.
- Trilhamos a senda do desconhecido e somos felizes.



Poesiadeneno

Diálogos-VI-A Palavra


A Palavra


-Estás a ouvir?
É o eco das tuas palavras.
-Quem mais a esta hora da noite, ousaria
caminhar nesta estrada?
A vida é ingrata,
e os tempos não são de ilusão.
-Não maldigo o tempo,
há muito que deixou de existir, para nós.
A excepção faz a regra.
-Compreendo.
Tal como compreendo as tuas certezas.
-Sabes!?
Nunca devemos baixar os braços.
-Porquê?
-O amor não é eterno,
a não ser que o criemos a todo o momento.
-Como!?
-É como te digo.


Poesiadeneno

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Diálogos-V-SOMOS COMO SOMOS






SOMOS COMO SOMOS

A vida!
Essa “insustentável leveza do ser”!
A comunhão dos ansiosos do amor e da dor.

Não dizes nada!? Não me apetece filosofar,
Convidaste-me a caminhar
- já te esqueceste?
O amor não espera, e temos, ainda, muito caminho
à nossa frente.
Confesso - distraí-me com o (des)necessário.
Estás a ser muito humano
- eu gosto de ti, como és: enigmático e sensível.
Não esperaria outra coisa. Eu amo-te mais que à
própria vida...
És: esfíngica, mas tens um coração do tamanho do Mundo.

Somos como somos - nada mais.
Continuemos…


Poesiadeneno

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

CORRE O VENTO NA SEARA-II



CORRE O VENTO NA SEARA


Corre o vento na seara -, aberta à luz.
Venho correr a ignomínia -, nos pontapés da Lei.
A ignorância -, na escola da vida.
O poder -, na miséria envergonhada.
Corre o vento na seara -, aberta à luz.
Venho varrer os agiotas -, da vida superficial
das certezas aparentes.
A opulência -, com a dignidade da pobreza.
A falência das fábricas -, com`abertura de workshops
de poetas subversivos.
O desemprego -, com ateliers de trabalho libertário.
Correm ventos de versos de amor a chamar a liberdade.

Sabes!
A globalização não é um oásis redentor.


Poesiadeneno221

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Diálogos-IV-IN ILLO TEMPORE


[ IN ILLO TEMPORE]



Conheço-te - IN ILLO TEMPORE.
Como me conheces tão bem?!
Entregaste-me a tua alma, por amor.
- Já te esqueceste!?
A coca tem dessas coisas – mais do que o vício,
agarra-se como um cão à nossa memória.
Nem a deixa respirar!
Vês como sabes. És um anjo.
- Eu!?
- Ou referes-te à cocaína?
Agora deixaste-me confuso. Cada vez te amo mais.
És o inferno da minha admiração!
Dá-me um beijo.
O desejo consome a quem ama, perdidamente.
Caminhemos um pouco,
Não esqueças-, o caminho é longo,
depois começa a vida...


Poesiadeneno

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

VIDA DE ENSAIOS


VIDA DE ENSAIOS




As carícias das folhas
do Outono - cansadas
são a marca do teu corpo:
o percurso da esperança
do meu olhar discreto.
São uma vida de ensaios
e sorrisos de dentes alvos
de neve,que cairá em abundância
quando o inverno finalmente – chegar.
Uma voz familiar
como a(mão que embala o berço)
e já o sol se esconde
no prenúncio duma era, que não tarda - aí.
Voltem as árvores floridas
dos teus olhos!
Que de tão esperados volvem imagens
do passado.
Voltem os dias em que andarilhávamos
o mundo!
À procura de nada.
Voltem as cores do arco-íris!
Para que volte - a vida.


Poesiadeneno

sábado, 21 de novembro de 2009

Searas de Solidão


Searas de Solidão



Perco-me nas searas de trigo maduro,
já o sol incendeia o meu corpo, por dentro.
Não lobrigo vivalma - tudo dorme,
nesta terra de ninguém.
No horizonte errante dos meus dias,
um abraço firme e solitário, no meu prazo.
Eterna solidão.
À minha volta os pássaros bailam como folhas mortas,
e a seara está pronta prá ceifa.

E eu à espera que o sol me ilumine por dentro.


Poesiadedeno12119

Oculta Face


Oculta Face



Influências são testamentos
sem sentimento.
Tráfico?
Não!
Consciência tranquila?
Consciência
de quê?!
Honestidade e trabalho.

A Nação está no meu coração.*



Poesiadeneno91119


*Singela homenagem ao Semanário Sol

Nunca fui capaz


Nunca fui capaz




Nunca fui capaz de num sussurro
dizer que te amo,ou encher de beijos o teu rosto.
Nunca fui capaz de sufocar por ti,
ou acariciar o teu gostoso peito.
Nunca fui capaz de sentir o teu ventre ardente,
ou enlaçar o teu corpo quente de mulher.
Nunca fui capaz de te amar
quando toda a magia pairava no ar.
Fui louco,perdi-me no tempo,
e não soube ver que eras O Meu sonho.*



Poesiadeneno

A carta/poema que te escrevi, mas que nunca fui capaz de enviar.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Diálogos-I[O FADO]







O FADO



Começa
nos ouvidos – o fado

Escuta
como posso ter a certeza de que sentes?!
É tudo tão imprevisível:
as ondas do mar,
e os cavalos,
o teu sorriso de criança
e o sentir-te - acordar
- como posso ter a mesma opinião?!
E os meus sentimentos?!
Alguém, por acaso, já pensou em mim?!
Tenho todas as ondas do mar nos meus cabelos
sou um cavalo sentimental – e até um pouco mais
que isso.
Sou uma criança que, quando ri, mostra toda a beleza
que há no mundo.


Exagerava,

até nas coisas mais simples, mas nunca
compreendeu porquê.



Neno

O Mundo com que sempre sonhei


O Mundo com que sempre sonhei



Como,


Seria simples pronunciar uma palavra amiga

Estender a mão ao irmão que sofre

Dar de comer a quem tem fome

Dar de beber a quem tem sede

Passar a mão pelo rosto ao infeliz.



Gestos simples

E humanos de tão simples.



Desconfiados de tudo e de todos

Deixámos de acreditar nos outros

E em nós próprios

Tolhidos pela rotina nefasta

De um quotidiano sem causas nem sentido.



Como seria simples pronunciar

Uma palavra amiga

Estender a mão

Deixar cair uma gota de água.



Gestos simples

De cada um

E de nós todos.



O mundo amanheceria diferente

A guerra daria lugar à paz

A inimizade à amizade sincera e leal

O mundo adormeceria diferente.



Irreconhecível!



Fraterno

Igual

Livre



O Mundo com que sempre sonhei.



neno

A Casa Perfeita


A Casa Perfeita



O universo habita a minh` alma

e o meu corpo.

Desta união nasceu a casa perfeita.

Ao acordar abro as janelas da alma,

e vejo o mundo à minha volta.

Da montanha a vista é intemporal;

na planície tudo é igualmente belo.

Esta é a minha casa.

Não me custou um cêntimo.

É a casa dos meus sonhos.

Convive comigo o tempo todo,

e acompanha-me para onde vou.

Ao anoitecer ouço todas as aves da

Natureza.

Onde estou eu, está o mundo.

É uma casa sem muros,não é uma prisão.

É um estado d`alma

que me conecta com todos aqueles,

que têm o amor no coração.



Neno

Dante Alighieri


Dante Alighieri



Fujo das palavras

como quem foge de um bezerro.


Li a Divina Comédia,

e fiquei cheio de medo.


Ah! Estavas só a brincar!?

Cheguei a acreditar

que a tua vida, tinha sido

um inferno.

Foi!

A mãe,

pedia-me para ir à missa todos os dias.

Pobre Dante!



Neno 308999



Nota: Singela homenagem a Dante Alighieri.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Descobrir o Outono




Descobrir o Outono



A vista avista

Lá ao longe

Um barco imóvel

No horizonte,



É um ponto

Um pontinho

Que sem brisa

Nem oscila,



As velas içadas

Pendem como

Folhas mortas

Neste Outono quente,



Que o vento se levante!

Pedem os marujos

Que o barco rasgue as águas!

Pede tod`à gente,



E como Deus não dorme

Ouviu a prece

As velas enfunam, docemente

E o barquinho desliza, suavemente.




Neno

domingo, 8 de novembro de 2009

Os Quatro Elementos


Os Quatro Elementos


Sou um temporal que não escolhe tempos nem marés…
Descarrego a minha força sobre rochedos…
Não aceito compromissos nem perdões…
Venho para questionar…
Não quero ouvir o que o homem tem p`ra me dizer…
Vou esperar o tempo necessário…
Partirei tão destro quanto cheguei…
Não deixarei saudades…
Sou o Fogo que queima…
Não lamentarei a minha vida…
Sou a Água que transborda das margens.
Não lamentarei a minha morte…
Sou o Ar que desencadeia as tempestades.
Não lamentarei o tempo perdido…
Sou a Terra profanada…

Não lamentarei o sucedido…
Não nasci para perder…
Livros?
Não vos quero ler…
O que me serve de farol é o arco-íris nas tardes chuvosas.

.

Neno

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O Nada É Eterno


Anoitece

as sombras vestem as casas

o sonho envolve os amantes

os pássaros dormitam



parou a eternidade.



Neno

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

s Ó


s ó
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Neno

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O Jardim do Amor



Olhei

o meu jardim de nenúfares,

a beijar as águas claras da manhã.

Acordei do sonho,

e chamei o coração do meu amor.

Os nenúfares são a minha paixão.

Sou um homem que ama,

e plasma nos nenúfares,

essa gratidão.

O meu amor adora os nenúfares,

desta minha união.



Neno

Castos Mistérios


Castos Mistérios




Senta-te a meu lado,

encosta a cabeça no meu ombro,

e respira felicidade.

Sei que é um gesto singelo,

mas é o que me diz mais neste momento.

Reinventemos o amor,

se o tempo soubermos enganar.

Dizes que o tempo é pouco quando se ama,

são as sábias leis da Natureza.

Não penses mais e sente

o amor,

que me deixas nesse abraço.

Ah! Clamo no embaraço

de um olhar sincero dos teus olhos.

Castos mistérios que me encantam,

e me deixam

ver e ouvir a imensidão.

O tempo pára a espreitar,

os amantes sentados ao luar.



Neno

O POEMA


O Poema



O poema é composto

de searas de trigo dourado.

Tem quimeras,

e texturas várias:

açafrão e gengibre que trouxe da Índia.

Tudo nele é chama.


Neno


"Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento"

F.Pessoa

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A Folha em Branco



A Folha em Branco


Um dia igual a tantos outros:
um amargo de boca que me queima
os lábios e esvazia o peito.
A fala é simplicidade no labirinto:
amar a quem não ama, sem esperança,
expropriado de tudo.
Sou a porta, entreaberta.
Como posso existir na penumbra dos meus sonhos?
Sou velho, de face enrugada.
Tu resplandeces!
Aura flamejante!
O mundo cai a teus pés,
como eu caí aos teus.


Neno

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Quando Chegar A Primavera


Quando Chegar A Primavera




Se a Primavera viesse todos os dias,

Fitaria a vida como se fosse ouro!

Esqueceria no amor minhas agonias

E saudá-la-ia como a um tesouro;



Piscando os olhos às lindas raparigas

Nem daria p`lo passar do tempo,

Se não fosse Baco a tecer intrigrigas,

Como se a vida fosse um passatempo.



Neste frenesim de olhares e desejos

Esqueci até o fluir do tempo,

Ainda estás aí? Quer`encher de beijos,



Teu corpo e tua alma ardente.

Que os enleios desta Primavera,

São para ti, minha doce crente.



Neno


" voaste, alma inocente,alma querida," Bocage

sábado, 25 de julho de 2009

Mãe-Natureza

Mãe Natureza

Entre o verde dos arbustos
O vento fala baixinho
E os meus pés imitam de mansinho
(O ritmo antigo que há em pés descalços).

Ai,como os meus pés sentem
O afago das águas do riacho
Que entre os salgueiros
Vai serpenteando
Enquanto um rouxinol vai saltitando,

Como quem ensina o caminho a um leigo
Adoro estes pequenos seres
(Se não pesar na vida melhor gozo);

Enquanto os meus passos
Me desvendam o caminho
Ouço o coaxar de rãs nos meus ouvidos

Sinto a tua falta mãe Natureza
És a minha amada e companheira
(E a alheia soma universal da vida)
Num amor que canta tua beleza.*


Poesiadeneno

* Singela Homenagem a Ricardo Reis

quinta-feira, 23 de julho de 2009

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A Tua Casa


" Socorro

sou prisioneiro de um estado de espírito"

Richard Bach



Olho as águas do mar

que correm nas minhas veias

e nos anais da meditação eremita.

Que caminho escolhes-Te para mim?

Acaso, não honrei a Tua casa?

Terei a resposta em forma de acácia

e de rosa cruz. Vou encostar-me

a esta oliveira milenar. Recostar a cabeça,

fechar os olhos e pensar em Ti.

Depois direi o que me foi transmitido.

O fardo é pesado, e a mensagem obscura.

Tenho medo do futuro,

e, não encontro as palavras certas

para Tu dizer.

O homem,

não soube preparar a sua descendência.


Neno

A W.Amadeos Mozart


A W.Amadeos Mozart



Já os acordes

tomam conta do meu ser..

Inebrio nas notas,

colcheias e semi-colcheias.

Musica divina!

Sopro encantado de vida

e de amor,

que enlouquece o corpo

e incendeia a alma.

Sons do além!.

Sucumbem as hostes

dos amantes,

no enleio das cores e dos tons..

Que não cessem mais a tuba e o oboé;

vibrem as cordas do piano e violino.

Dancemos ao som do sax e do trompete.

Galvanizam-se as hostes,

aos cantos celestiais dos sopranos e tenores.

Ouve-se o clamor de D.GiovanniD.Giovanni!

Bravo! Bravo! Bravo!

E o céu aqui tão perto!

Meu Deus!


Neno

“ Não acreditas? Vamos,

Velho urso! Pois também eu – sou profeta!”

F. Nietzsche





Como a neve


Fiz cálculos e riscos nas paredes do

espaço, para encontrar a tua alma alada;

em fuga sobre o solo manchado de sonhos

e delírios. Vivo no labirinto da procura.

Vivo na imensidão de repousos e cansaços.

E, a tarde vai caindo de mansinho como a neve.

Vamos sonhar para que este dia nos transmute

em flocos de neve - doces e leves como o ar.

Vamos voar como pássaros e abraçar

as nuvens brancas do Céu.


Poesiadeneno-A.L.P.

domingo, 28 de junho de 2009

sexta-feira, 26 de junho de 2009

quinta-feira, 11 de junho de 2009

domingo, 7 de junho de 2009


terça-feira, 5 de maio de 2009

domingo, 8 de março de 2009

Amor é Fogo


Vem… que os meus braços estão à tua espera
Quero envolver-te,
Deslizar na tua pele de espuma,
E, na tua boca fecharei,
Todo o meu ardor de amor.
Deixa os teus cabelos esvoaçarem ao vento,
Para que a minha paixão
Atinja o vértice da perfeição,
E de mansinho a tua cabeça,
Em repouso no meu peito, deixará um perfume de flor
Silvestre, para que o teu e o meu ser se confundam nas águas ,
Que nascem dos teus seios e desabrochem em mim;
A união é então um turbilhão de suspiros
E de forças incontidas,
E o amor acontece na fragrância tensa…
De amores e de sonhos.


Neno