terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O Ser e o Tempo

O Ser e o Tempo


Sou como um Sol que não encontra o Fado
Adormecido nos umbrais do Tempo
No Ser e na Vida procuro o esplendor
No Tempo uma página infinita
Lanço ao Mar um pergaminho antigo
Ao Ar um manuscrito alado

Volta Tempo cru que cá te espero
Para ver se alcanço – para ver se vejo


Poesiadeneno

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Apocalópticos- V - Haiti/A Esperança

Haiti/A Esperança


Poesiadeneno-A.L.P.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Apocalípticos- III- Haiti/O Cinismo

Haiti/O Cinismo


Na penumbra da alma, perdemos a noção
da liberdade. Ineptos - esbarram no espelho
da desgraça – alheia.
Mãos de sangue, no atraso da ajuda.
Mentes lúgubres, que marcam a buril,
o destino dos povos.
Escondamos o rosto, entre as mãos,
para esquecermos o cinismo, que trazemos
no peito.
Quando te disserem que está tudo sob controlo
- desconfia.


Poesiadeneno-

Apocalípticos- II- Haiti /Tubo de Ensaio

Haiti/Tubo de Ensaio



É terça-feira, doze de Janeiro de 2010
- Port-au-Prince, é um cadáver esquálido,
sepultado em vida. Homens, mulheres e crianças,
fazem parte do seu espólio maldito.
Os vivos - lamentam o dia em que nasceram.
Port-au- Prince, é um fantasma sem guarida:
não cuida dos vivos - não cuida dos mortos.
A ajuda prometida, tarda a chegar!
E o número de mortos, sempr`aumentar.
O pânico tomou conta da cidade,
- que exala morte e abandono.
O Haiti é o espelho do Apocalipse.
A ajuda prometida, tarda a chegar!
E a alma e o corpo da gente, morrem devagar.
A república haitiana - é um amontoado,
de escombros e lamentos, que o grito
azedou nas gargantas. Restam as intenções,
dos que falaram sem saber
- que quem tem o poder traça a régua e esquadro,
a sorte, ou azar dos povos.
Port-au- Prince, é uma cidade violenta.
A ajuda prometida, tarda a chegar!
E o corpo e a alma do Haiti, morrem devagar.


Poesiadeneno

Apocalípticos - I - O MAR

O MAR



Por erros que não cometeram,
hão-de verter, lágrimas de sangue.
O tempo dar-me-á razão,
para minha desgraça.
Estamos sentados no areal
para falar de tragédias?
No areal a olhar o mar...
Temes o mar?
Sim! Mais do que tudo.
Galgará praias e falésias
e abaterá o que o homem
construiu contra as Leis Naturais.
Receio a verdade das tuas palavras.
Não mais do que eu. Temo pelo homem.


Evolução? Desenvolvimento?

Trocámos a vida pela ambição.
Não existe saída?
Talvez...se o Homem quiser…
Como compreendo o sofrimento da Mãe-Natureza...
- Sofre pelos filhos - nada mais.


Poesiadeneno

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Diálogos-XI- O HOMEM

O HOMEM


Um corpo e uma alma fizeram o homem
- a miséria e a grandeza do Tempo.
Deus e o Diabo no corpo.
- Assim é, assim continuará a ser.
Palavras proféticas? Não. Realistas.
O homem não aprendeu com os erros do passado.
A mulher, segue-lhe os passos.
Voltemos à praia, para lembrar o futuro.
- A praia – o mar - o segredo.
O futuro é mais visível, aqui.
O futuro e o passado, já que o presente é:
medonho.
Referes Copenhaga?
Refiro as suas causas - os desaires do Homem.
Prefiro olhar as ondas do mar, na esperança
de ver um mundo melhor para as gerações
vindouras, que não têm culpa do “ Nom, ou a Vã
Glória de Mandar.”

Alberto Páchê

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Diálogos-X-A MULHER

A Mulher


Falavas de Bolaño e de Beethoven,
falavas do prazer de ler e de ouvir...
Dizia e falava de ti. Recordas a Ode À Alegria?
Schiller! Ah, como é bom recordar!
Ouvir o sussurrar da tua voz,
e ver o amanhecer no fascínio dos teus olhos.
Murmúrios de lábios de veludo, ardendo
no clarão distante das estrelas.
- É o que é, sim, é o que é.
É o amanhecer no teu rosto, de mulher,
que de nobre dá vida ao teu regaço - luz.
Como és bela! Tão bela!


Poesiadeneno

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Diálogos-IX- A NOITE

A NOITE É BOA



A noite é boa conselheira e temos muito
que fazer.
- Sim.” A coruja de Minerva levanta voo ao anoitecer”.
- Para ti, porque para outros:“a noite cria monstros”.
Defendo a primeira.
É no desenrolar da noite que o pensamento
D
E
S
C
E
aos abismos, alcançando a plenitude.
- Então, conversemos até ao amanhecer,
e que o cansaço não se apodere de nós.
- Nem outra coisa seria de esperar, de ti.
As palavras são o alimento da alma,tal como a música.
- Divino. Adoro ouvir Beethoven.
A música exalta os sentidos e faz a alma vibrar.
- Falemos de Bolaño.
- Queres dizer, de 2666.
- Nem mais.
A vida são dois dias e 2666 são três.


Poesiadeneno41119

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Diálogos-VIII-EMPRENHAM NOSTALGIA

EMPRENHAM NOSTALGIA



Repara nas cores que o pôr-do-sol empresta
aos objectos! Ficam mais belos, nos teus olhos.
À tardinha os seres emprenham nostalgia e ficam
dolentes. Está a anoitecer, e a vida e os seus mistérios
ancestrais, apoderam-se de todas as coisas.
Emudeço com tudo o que sentes, e me fazes sentir.
É noite de lua cheia, os corpos são dados à ternura,
enquanto a mente delira e pensa o que deve.
Não acredito em limites!
Vagueemos, então, na ilusão do sonho.


Poesiadeneno41119